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sexta-feira, 17 de junho de 2011

As Duas Jóias



As Duas Jóias 

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Narra antiga lenda árabe, que um rabino, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família, esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o rabino empreendeu longa viagem, ausentando-se do lar por vários dias.

No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.

A mãe sentiu o coração dilacerado de dor.

No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Mas uma preocupação lhe vinha a mente: como dar ao esposo a triste notícia ?

Sabendo que ele tinha o coração fraco, temia que não suportasse tamanha comoção.

Lembrou-se de fazer uma prece.

Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão. 

Alguns dias depois, num final de tarde, o rabino retornou ao lar.

Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços. 

Alguns minutos depois estavam ambos sentados a mesa. Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.

A esposa, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: 

- Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou:

- O que aconteceu ? Notei você abatida ! Fale e resolveremos isso juntos, com a ajuda de Deus.

- Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas. Jamais vi algo tão belo e o problema é esse. Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. 
O que você me diz ?

- Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento. Você nunca cultivou vaidades. Por que isso agora ?

- É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

- Podem até ser, mas não lhe pertencem. Terá que devolvê-las.

- Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o rabino respondeu com firmeza: Ninguém perde o que não possui. 
Retê-las equivaleria a roubo.

- Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Faremos isso juntos, hoje mesmo.

- Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. 
Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos.

- Deus os confiou a nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. 
Eles se foram...

O rabino compreendeu a mensagem. 
Abraçou a esposa, e juntos derramaram muitas lágrimas.

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